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Tire seu preconceito de campo que eu quero jogar!

Empoderamento nos Gramados: O Crescimento do Futebol Feminino Nacional e Internacional"

Paulo Cavalcanti
Por: Paulo Cavalcanti Fonte: Colunista Brenda Gatti
17/03/2024 às 14h56 Atualizada em 17/03/2024 às 16h12
Tire seu preconceito de campo que eu quero jogar!

      O Futebol Feminino vem causando nas últimas décadas um desenvolvimento exponencial, seja no Brasil ou no exterior. No Brasil observamos o Corinthians sendo 18 vezes campeão nos últimos cinco anos, vencendo campeonatos estaduais, nacionais, Libertadores e no domingo (18/02), Tricampeão da SuperCopa do Brasil, em jogo contra o Cruzeiro, vencendo por 1x0 na NeoQuímica Arena em Itaquera com recorde de público em 2024 no futebol feminino, com quase 34 mil pagantes. O Corinthians é no Brasil a equipe referência em Futebol Feminino, o que antes foi exemplo do Santos FC em 2009 e 2010, quando realizou o feito de repatriar Marta e Cristiane e sagrar-se o 1º Campeão da Libertadores Feminina. O projeto Santista foi exemplo até 2017, mas com péssima gerência que culminou no seu rebaixamento do time masculino principal, o projeto feminino também foi afetado, e o Santos não tem mais a mesma potência dos finais dos anos 2000.

        A Ferroviária de Araraquara é outro exemplo de gestão e formação de jogadoras, e suas equipes principais e de base sempre são fortes candidatas a títulos (tendo conquistado também Libertadores, brasileiro, Paulista) e sempre contam com convocadas para a Seleção Brasileira de Futebol.

       O Cruzeiro recentemente também tem entendido que “Futebol feminino não é gasto, é investimento!”, e nos presenteou com uma final eletrizante contra o Corinthians, além da conquista do Campeonato Mineiro em 2023 e acesso ao Brasileiro A1 em 2021.

       No campeonato Inglês, a equipe feminina do Arsenal teve seus ingressos esgotados pela primeira vez na história no Emirates Stadium, para um jogo do Campeonato Inglês Feminino (WSL), contra o Manchester United, foram vendidos mais de sessenta mil ingressos para o jogo contra o Manchester United, com recorde de público.

       Em fevereiro deste ano tivemos também a maior transferência do Futebol Feminino Mundial, a contratação de Racheal Kundananji (Zâmbia), a atacante atuava pelo Madrid CFF e foi contratada pelo Bay FC dos Estados Unidos. O valor da transferência foi de 735 mil euros, e será a jogadora mais bem paga no mundo, com salário de 500 mil dólares por ano. Ainda nesse ano, a contratação de Racheal desbancou como maior contratação, a transferência de Mayra Ramirez para o Chelsea, no valor de 500 mil euros.

       A Copa do Mundo de Futebol Feminina de 2023, disputada na Austrália na Nova Zelândia, terminou com a Espanha campeã -  o jogo teve um público de 43.217 pessoas, além disso foi a edição com mais gols, bateu recordes de público nos Estádios e com a maior audiência mundial. Foram mais de 2 milhões de espectadores, com estádios cheios por todos os lados, e mais de 2 bilhões de telespectadores pelo mundo. A estreia da Austrália na Copa contou com um público de mais de 75 mil pessoas.

       Fica evidente o crescimento do futebol feminino a nível mundial, com recordes de públicos nos Estádios ano após ano nas mais variadas competições. Tudo isso graças ao incessante trabalho pela visibilidade das mulheres no futebol, resultando na transmissão dos jogos e no despertar da torcida em abraçar também o futebol feminino. Mesmo com toda essa evolução, ainda é lamentável ver comentários pelas redes sociais de pessoas que menosprezam e ridicularizam o futebol feminino, comentários carregados de machismo e misoginia, pessoas que ainda acham que o Futebol é algo exclusivo aos homens, que alí não é lugar de e para mulheres, que mulheres não entendem nada de Futebol, que “o jogo das mulheres é ruim”, dentre tantas ofensas, que são arcaicas e retrógradas. Acabamos de colher ainda hoje os frutos do discurso implantado no Brasil na época da proibição da prática do Futebol por mulheres. Mas estamos vencendo os preconceitos e os desafios,  as mulheres estão cada vez mais ocupando espaços em campo e fora dele, em comissões técnicas, arbitragem, jornalismo esportivo, etc.

       No domingo (10/03) tivemos a final da Copa Ouro, sediada nos EUA, onde nossa seleção feminina de futebol, entrou em campo contra as donas da casa. Em um jogo acirradíssimo, fomos superadas pela seleção dos EUA pelo placar de 1x0. Mesmo com o vice-campeonato, nossa seleção alcançou o ranking Top 10 da FIFA, e estamos entre as 10 melhores seleções de futebol feminino do mundo e com vaga garantida para os Jogos Olímpicos de Paris 2024.

       A esses homens que não torcem pelas mulheres, entendam que: o Futebol Feminino não é concorrente o masculino, o Futebol Feminino não disputa público com o masculino, os dois podem co-existir, e assim como o exemplo da hegemonia Corinthiana no Futebol Feminino, a torcida abraçar também o Futebol Feminino, não importando se são homens ou mulheres jogando, quem ganha é o Futebol!

       Encerro aqui com a frase de Gabi Portilho (Corinthians) após a vitória na semifinal da SuperCopa Feminina “porque quando a gente bate recorde (de público) não é o Corinthians batendo recorde, é o futebol feminino brasileiro batendo recorde”.

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Thais Há 1 ano Campo Grande Futebol é coisa de mulher SIM.
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Brenda Gatti
Brenda Gatti
Olá, sou Brenda Gatti, professora, possuo Graduação em Educação Física pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). É especialista em Futebol e Futsal, Psicologia da Educação e Mestre em Educação (UEM), é também Treinadora nível C da Confederação Brasileira de Futsal (CBFS) Academy.

Atualmente trabalho com as equipes de base de Futsal feminino e masculino em Cafelândia. Além de atuar como Pesquisadora do Futebol e Futsal Feminino, dedico meu trabalho ao empoderamento das mulheres no Esporte.
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