Você pode ter doutorado, ser um gênio das planilhas ou saber mais sobre a vida do que o Google - mas se sua voz some quando pedem pra você “falar um pouquinho sobre você”, a gente precisa conversar.
Falar bem em público não é dom, é técnica + treino emocional. E sim, dá pra aprender. Eu ensino, todo santo dia ( e amo!).
Por isso, a seguir deixo 7 passos práticos - daqueles que você já pode usar hoje - para transformar sua fala em ferramenta de impacto, não em tortura coletiva. Bora?
1. Chegue antes. No espaço e em si mesmo.
Quem chega atrasado no palco de si mesmo, tropeça. Chegue antes: respire. Conecte-se. Sinta o ambiente. Repare nas pessoas. Isso te coloca no agora, e é no agora que mora a presença.
2. Mexa esse corpo! Parado só poste de loja.
Seu corpo fala antes de você. Então, use-o com intenção: caminhe no palco com propósito, olhe nos olhos, gesticule com verdade. Comunicação não é só voz - é presença física com autenticidade. Mas, atenção para a dica ninja: não gire sem direção, nem fique parecendo cabide de microfone.
3. Fale como se contasse algo pra um amigo (só que com microfone).
Quer se conectar com qualquer plateia? Pare de “dissertar” e comece a conversar. Voz natural, olhar direto e exemplos reais. Quanto mais humano você for, mais autoridade você transmite. Sim, autoridade vem da verdade, não de vocabulário rebuscado.
4. Respire. Pausa é poder.
Entre uma frase e outra, respire. Pausas criam suspense, marcam o ritmo e deixam a plateia absorver. Não tenha medo do silêncio - quem fala bem domina o som e o intervalo.
5. Aprenda com a própria voz. Grave-se.
Assista seus vídeos. Veja seus tiques. Corrija sem se detonar (é um desafio para os perfeccionistas de plantão!). Você é seu melhor laboratório - e seu pior sabotador. Só melhora quem se encara. Se precisar, me chama. Eu encaro com você.
6. Atenção aos vícios de linguagem.
“Tipo assim”, “né”, “tá?”, “entendeu?” - tudo isso enfraquece seu discurso. Elimine. Substitua por pausas. E, se quiser algo mais avançado, PNL (Programação Neurolinguística) ajuda demais a ressignificar esses padrões.
7. Estude Português. Sim, sério.
Não precisa virar professor(a), mas precisa saber se comunicar com clareza, coesão e correção. Enquanto a palavra mal colocada derruba argumentos, a palavra bem colocada levanta a plateia.
Dica valiosa: se errar na concordância verbal sua credibilidade vai descer ladeira abaixo. Sua mensagem até pode ser ótima, mas se sua língua não sabe disso ainda, o público vai escutar o erro e esquecer o conteúdo.
E olha... isso aqui é só a pontinha do microfone. Tem muita dica, muito macete e muita técnica que faz diferença real na hora de se comunicar com segurança e impacto. E se você é líder (por função ou por vocação) a oratória não é luxo, é ferramenta de sobrevivência. Quem não sabe se expressar, corre o risco de ser mal interpretado ou ignorado.
E quem lidera precisa falar com clareza, firmeza e propósito porque quem não sabe se comunicar... acaba sendo liderado pelas dúvidas dos outros.
Falar em público é como acender um fósforo no escuro: pode ser só uma faísca… ou pode iluminar caminhos que estavam escondidos até então. A diferença está na firmeza da mão, no preparo da madeira, e na coragem de riscar. Se você sente que tem algo valioso pra compartilhar - uma história, uma ideia, uma missão - mas trava na hora de se expressar, talvez o que te falta não é coragem, é técnica com propósito. E isso, você constrói com treino, com leveza e com alma persistente.
Dellair Borges